A noite inteira ele tentou,
bunda, peitos, coxas, apalpou tudo quanto pode, e como quis. Ela tentava se desvencilhar, não por não querer, mas porque não sentia em tais gestos a
vontade de ceder. Mas ele não desistia, se tirava a mão daqui, punha-a logo lá... As bruscas investidas visavam um único objetivo.
Fora assim toda a madrugada, e
quando o sol ia surgindo, quando os gestos se acalmaram e as vontades se apaziguaram, súbito, dentre beijos calmos, ele a puxou, inclinou-a como uma
dama de antanho, e a deitando em seus braços a beijou. Um beijo lento, longo e
ritmado. É o que ela se lembrou depois, porque durante nada, nada mais havia
que não eles, os dois, os corpos, os lábios, as línguas.
Quando a ergueu riu-se vitorioso
do tremor involuntário que a acometia. Viu que
seus olhos lânguidos imploravam por mais, mas, no exato momento
em que conseguira o que tanto buscava, em que estava prestes a ter o que
queria, despediu-se, deu-lhe as costas e foi embora.