sábado, 25 de julho de 2015

Desabafo



Ela sentia que queria chorar, evitava olha-lo nos olhos, sabia que ele sabia que havia algo estranho. O cansaço declarado nas palavras, no rosto, e no corpo que pedia insistentemente o conforto da inércia. Ele sabia. Não o quê, mas seus olhos acusavam a vontade. Chegou a dizer o que há tempos já havia percebido, chegou a perguntar o que a afligia. Ela desconversou, olhou de lado, e sem o encarar, engoliu o choro, forçou o riso e safou-se de um desabafo. Ela não sabia ser vulnerável.

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