Professora em ajustamento funcional, que assim como tantos
não suportou a pressão de uma sala de aula, e precisou ser afastada da
docência. O diagnóstico: depressão, o prognóstico: nenhum contato com aluno.
Mas, como a superfície não mostra a profundidade do lago, a tristeza que a
acometeu adveio de uma separação, ou, mais apropriadamente, um abandono. A
decisão do outro de não mais compartilhar a vida com ela e, pior,
compartilhar-se com outra, ruiu o alicerce sobre o qual se sustentava: viver
para ser esposa. Sem prumo, viu-se a frente de uma vida para a qual não se
preparou, não previu. Divorciar-se não é plano de quem se casa. Não de verdade.
A base de remédios, hoje, fala sozinha, quase que resmungando, ainda sorri,
brinca com a própria sorte, mas tem uma sombra no olhar, como nuvem em dias de
tempestade.
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