quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Eros e Psique



A noite inteira ele tentou, bunda, peitos, coxas, apalpou tudo quanto pode, e como quis. Ela tentava se desvencilhar, não por não querer, mas porque não sentia em tais gestos a vontade de ceder. Mas ele não desistia, se tirava a mão daqui, punha-a logo lá... As bruscas investidas visavam um único objetivo.

Fora assim toda a madrugada, e quando o sol ia surgindo, quando os gestos se acalmaram e as vontades se apaziguaram, súbito, dentre beijos calmos, ele a puxou, inclinou-a como uma dama de antanho, e a deitando em seus braços a beijou. Um beijo lento, longo e ritmado. É o que ela se lembrou depois, porque durante nada, nada mais havia que não eles, os dois, os corpos, os lábios, as línguas.
Quando a ergueu riu-se vitorioso do tremor involuntário que a acometia. Viu que seus olhos lânguidos imploravam por mais, mas, no exato momento em que conseguira o que tanto buscava, em que estava prestes a ter o que queria, despediu-se, deu-lhe as costas e foi embora.

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