segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Bravura indômita



Era o dono da rua, ou melhor, do bairro, primeiro morador, quem primeiro fixou residência lá. E de lá não mais saiu. Valente, metido a macho e a coronel, resolvia tudo na bala, e ai de quem com ele se metesse. Os outros que por ali foram chegando tinham-lhe medo. Passou o tempo... Os anos levaram sua força e altivez, não seu gênio. Acometido por Parkinson, perambula trêmulo pelas ruas, sem auxilio, só se apoia ante a iminência da queda. Depende de cuidados, mas poucos se importam, apenas uma das filhas. A esposa, se cansou de tantos maus tratos e não se digna a estender-lhe a mão, cuida de si, e ele que se cuide. Triste figura, a sombra distante do homem que um dia fora.

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